sábado, 26 de julho de 2008

Diálogo a solo

Por momentos deixo de escrever temas novos. Por vezes, são momentos cuja unidade de medida podem ser anos. E ontem, de madrugada, confrontei-me com tal facto, visto que já passava mais de um ano desde a última vez que me tinha dado inspiração para o conseguir. E volta a surgir o receio de ter feito desaparecer de vez esta vontade. Após a adrenalina inicial de sentir que perdi alguma coisa, lancei o desafio: chego a casa, agarro num papel e numa caneta e recomeço. Foi este o meu pensamento até chegar a casa, no entanto, confesso que embora tentasse levar já uma ideia pré-concebida do que iria jorrar no papel, tal não sucedeu, pelo menos até entrar em casa.

- E agora?
- Agora, agarra na caneta e começa a escrever.
- Eu não sei como!
- Sabes sim, idiota! Nem que tenhas de escrever acerca da tua falta de criatividade.
- Parece-me ridículo o que acabo de pôr no papel.
- Desde a primeira vez que isto aconteceu que esse é sempre o teu primeiro pensamento.

Já por muitas vezes ouvi dizer que a inspiração surge de lugares que a transmitem, ou que pelo menos a facilitam. No meu caso deverão ser lugares comuns a qualquer apartamento, desde a casa-de-banho na qual ouvimos os autoclismos dos vizinhos a descarregar até ao quarto que teima em manter-se desarrumado.

Por mais uma vez sinto-me temporariamente realizado. E desta vez o choque foi tão grande que dele resultaram dois novos temas que um dia poderão tornar-se canção.

2 comentários:

jorgefm disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jorgefm disse...

Espero que sejam já para começar a trabalhar em Setembro.