sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

I Try to Figure It Down

Enquanto me encontro no processo de reciclagem mental, decidi criar e tentar dissecar alguns temas que fui fazendo ao longo destes quase dez anos. A maior parte deles entre 2002 e 2003. Provavelmente, e até ao momento, o espaço de tempo na qual me senti mais activo e, sobretudo, convicto de ser capaz de exprimir cenários que mais tarde se tornaram em turbilhões de melodias e palavras, ganhando vida própria.

Introspectivo? Em parte. Mas sobretudo baseado em observações de situações quotidianas, vestindo muitas vezes o papel de um espectador que tenta dar voz a causas que provavelmente nunca poderiam ser catalogadas como nobres. Neste caso, a necessidade de ter presente um ambiente urbano e industrial para se sentir vivo, aliado à rotina diária, resultando numa estagnação de sentimentos, um processo de "estupidificação" sem retorno...




I Try to Figure It Down (2003)

Everyday that goes by
I miss the lack of oportunities to be myself
Never figured out why
When all I wanted was a little help

I’m tired of wandering around

The same ever routine I made for this moment
And it’s suitable for all the rest
I could pass another hard time

A taste for the birthday cake
I never really enjoyed the sweetness cover

Now the chance is over... it’s over
Breathe the industrial air
Surrounding the walls and windows of grey
Live the bricks and smoking roofs
In dusted trails and acid rain

Everyday I look the mirror

The other face turns to me in shame for myself
Something I cannot understand
My lack of notion seems to be my living cell

I’m tired of waiting straight
The same place I was left before
And I tried to move a step
I’d never get it out of the gate

My heart seems to ask for more
I’d never really wait until I’m older
Now the chance is over... it’s over
Breathe the industrial air
Surrounding the walls and windows of grey
Live the bricks and smoking roofs
In dusted trails and acid rain

Who’s that face on the wall

On the second floor below the ground?
Who’s that line of fire
Running close to the berserk hounds?
I try to figure it down...




Há dias em que sinto que as duas primeiras quadras são quase a história da minha vida...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Decadência decadente

Passaram quase dez anos desde que fiz descobrir em mim uma capacidade que durante muito tempo pensei que me fosse impossível: Criar música. E desde então sinto sempre presente um receio de que seja uma capacidade passageira, que mais tarde ou mais cedo abandonará para sempre a minha mente, deixando um vazio que rapidamente a vida quotidiana apagará. Como é natural, penso eu, senti uma necessidade enorme de encontrar pessoas com as quais seria possível recriar em tempo real as sensações (que mais tarde se tornavam composições) que ia sentindo.
No entanto, passei por fases nas quais simplesmente não consegui criar nada de novo: quase dois anos seguidos. Não encontro uma explicação lógica para tal facto, simplesmente não senti aquele incómodo típico que por muitas vezes me obrigou durante a noite a levantar-me, pegar num papel, caneta, e começar a escrever o mais rapidamente possível tudo o que me ia passando pela cabeça, como alguém que tenta ler as legendas de um filme ao mesmo tempo que tenta apreciar todos os pormenores das 24 imagens que passam por segundo, sentado na primeira fila de uma qualquer sala de cinema.
Nestes últimos dias, tenho sentido uma vontade enorme de voltar a acordar esta capacidade que espero que esteja apenas adormecida, e que o meus receios não tenham nenhum fundamento.
Esta é a razão pela qual criei este blog, para poder partilhar com quem por cá passar.