sábado, 26 de julho de 2008

Diálogo a solo

Por momentos deixo de escrever temas novos. Por vezes, são momentos cuja unidade de medida podem ser anos. E ontem, de madrugada, confrontei-me com tal facto, visto que já passava mais de um ano desde a última vez que me tinha dado inspiração para o conseguir. E volta a surgir o receio de ter feito desaparecer de vez esta vontade. Após a adrenalina inicial de sentir que perdi alguma coisa, lancei o desafio: chego a casa, agarro num papel e numa caneta e recomeço. Foi este o meu pensamento até chegar a casa, no entanto, confesso que embora tentasse levar já uma ideia pré-concebida do que iria jorrar no papel, tal não sucedeu, pelo menos até entrar em casa.

- E agora?
- Agora, agarra na caneta e começa a escrever.
- Eu não sei como!
- Sabes sim, idiota! Nem que tenhas de escrever acerca da tua falta de criatividade.
- Parece-me ridículo o que acabo de pôr no papel.
- Desde a primeira vez que isto aconteceu que esse é sempre o teu primeiro pensamento.

Já por muitas vezes ouvi dizer que a inspiração surge de lugares que a transmitem, ou que pelo menos a facilitam. No meu caso deverão ser lugares comuns a qualquer apartamento, desde a casa-de-banho na qual ouvimos os autoclismos dos vizinhos a descarregar até ao quarto que teima em manter-se desarrumado.

Por mais uma vez sinto-me temporariamente realizado. E desta vez o choque foi tão grande que dele resultaram dois novos temas que um dia poderão tornar-se canção.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Tecnologias ao serviço do utilizador

Neste caso deverá ser mais ao contrário.
Após algum tempo de utilização, o meu portátil volta a manifestar vontade própria, transformando aquilo que supostamente é branco num cor-de-rosa chuvoso e aleatório.
Como é lógico, poderei a qualquer momento telefonar para a assistência técnica para me resolverem o problema, deixando indefinido o tempo para a resolução do problema (lembro que já o tive de enviar uma vez pelo mesmo problema, e passado algum tempo, voltou a mostrar os mesmos problemas).
Isto para não falar da quantidade de vezes que me perguntam: "O que é que se passa com o teu computador?"
E pela milésima vez explico a situação, ao que me aconselham a pedir para solicitar a ajuda da assistência técnica (muito obrigado pela solução, não sei porque ainda não me tinha ocorrido tal astúcia).
Resumindo e concluindo, terei novamente de entrar em contacto com a assistência técnica, e durante a intervenção irei ser atendido por alguém que me irá sugerir imediatamente que faça uma restauração do sistema, mesmo após eu dizer que o problema não diz respeito a qualquer software que possa ter instalado, pois desde o primeiro momento que o ligo, lá se encontra o imponente cor-de-rosa chuvoso. Sou ainda alertado que não poderão accionar a assistência técnica se não efectuar este passo. Pacientemente, acedo à brilhante solução para mais tarde telefonar novamente, ser atendido por outro indivíduo que me irá perguntar automaticamente se já procedi à restauração do sistema. Após esta situação, irá ser marcada a recolha do meu equipamento, serei solicitado a entrar em contacto com a empresa transportadora, que me irá pedir, digo, exigir um dia inteiro fechado em casa para garantir que o mesmo seja recolhido. Caso suceda como anteriormente, o dia transformar-se-á em dois, com fim-de-semana pelo meio. Para uma empresa que garantia que antes das 18 horas o equipamento seria recolhido, faltavam 20 minutos para as 20 horas do suposto dia de recolha.
Como é natural, e embora me faça falta o conforto do portátil, não estou muito ansioso por proceder novamente a este desenrolar de situações.
Mas isso sou eu.